Desenvolvimento Vocacional

 

De longe, o maior prémio que a vida oferece é a oportunidade de se trabalhar muito

e nos dedicarmos a algo que valha a pena.

Theodore Roosevelt

 

Não trabalhamos apenas para ganhar dinheiro, mas para encontrar o significado de nossas vidas.

O que fazemos é grande parte do que somos.

Alan Ryan

  

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

Albert Einstein

 

Quando precisa tomar uma decisão e não a toma,

está tomando a decisão de nada fazer.

William James

Fases da Carreira - Papéis

O desenvolvimento vocacional é parte integrante do processo de crescimento, ao longo do qual a relação que se estabelece com o mundo, particularmente no desenrolar das tarefas quotidianas, assume grande importância.

 

As escolhas vocacionais dependem de um processo de desenvolvimento pessoal, são influenciadas por factores individuais e situacionais, nomeadamente pelos vários contextos de vida do próprio individuo. Em cada fase da carreira existem várias "tarefas de desenvolvimento" que devem ser cumpridas para aceder à fase seguinte. O "futuro" profissional "constrói-se".

 

 

Processo Participado

Jovem - Família - Escola - Comunidade

 

 

É na família, principalmente com os pais, que tem início a construção da relação da criança e do jovem com o mundo. As actividades que os pais desenvolvem com e para os filhos, influenciam o seu desenvolvimento vocacional.

 

É através das experiências que têm nos seus contextos naturais de vida que os jovens começam a explorar o mundo das profissões. Estas experiências podem ser desafiantes e mais enriquecedoras se associadas aos seus interesses, gostos e motivações.

 

Apesar de transmitirem aos filhos os valores que eles próprios, enquanto pais, consideram importantes para a progressão numa carreira e para o sucesso profissional, é importante que sejam também capazes de valorizar a autonomia dos filhos. As opções dos filhos têm de ser marcadas pelas suas apetências e não pelas projecções dos pais.

 

A interacção família – escola – trabalho deverá ser reforçada de forma a melhorar e aprofundar conhecimentos básicos e profissionais, contribuindo para a preparação e qualificação dos jovens para a vida activa.

 

A necessidade de os jovens se sentirem apoiados pelos pais durante o seu processo de desenvolvimento também se verifica na vertente vocacional. Os pais poderão participar através da realização de actividades em conjunto, tais como:

 

- responsabilizar o jovem pela tomada de decisão relativa ao seu percurso escolar e profissional

 

- incentivar os filhos a explorarem, planearem e prepararem-se para o papel de trabalhador, através do contacto com o conhecimento e a experiência do mundo do trabalho de familiares, amigos e colegas

 

- discutir quais os aspectos considerados importantes para o desempenho de uma profissão

 

- analisar e discutir as diversas alternativas de formação, falar abertamente sobre os possíveis riscos, vantagens e consequências das diferentes opções consideradas, com vista a uma decisão realista

 

- analisar o percurso escolar e profissional dos pais

 

- falar abertamente da sua atitude perante o trabalho

 

- nas áreas de trabalho que melhor conhecem, ajudar os filhos a relacionar as características do trabalhador, as condições de trabalho, o estilo de vida dos trabalhadores e as oportunidades de trabalho.

Orientação Vocacional

 

 

 

 

Nos pontos de tomada de decisão mais importantes – 9º e 12º anos de escolaridade - os jovens, por vezes, necessitam de apoio no sentido de serem capazes de se posicionar, de uma forma crítica, perante aquilo que eventualmente lhes poderá interessar, que gostariam de fazer ou que os poderá realizar. É nestes momentos que grande parte das intervenções em orientação escolar e profissional são realizadas. No entanto, não compete ao profissional de orientação definir o «caminho» mais indicado para o jovem, mas sim apoiá-lo na construção do seu projecto.

 

O final do 9º ano de escolaridade é o momento em que, pela primeira vez, os jovens são confrontados com a necessidade de tomarem uma decisão relativa ao seu futuro escolar / profissional.  Nesta faixa etária os interesses estão “cristalizados” em áreas alargadas, pelo que é de evitar a focalização apenas numa profissão, o que poderia originar uma especificação precoce do  projecto vocacional, impedindo a exploração de outras alternativas que, uma vez analisadas, se poderão revelar igualmente, oportunidades de realização pessoal e profissional.

 

É importante desenvolver uma atitude flexível, aprofundando e clarificando o conhecimento de si próprio e explorando as alternativas disponíveis, tendo em vista a especificação progressiva das preferências. É importante continuar a estabelecer e reformular os objectivos de vida em função das experiências que se vai tendo.

 

É importante atender a um conjunto de dados e analisá-los, quer relativamente às características individuais, à formulação dos projectos vocacionais, às tarefas de planeamento e exploração vocacional. Assim poderá tomar uma DECISÃO PLANEADA, ao invés de uma decisão impulsiva.

   

Decidir implica que, entre diversas alternativas, se opte por uma e renuncie às outras. É verdade que quase sempre podemos repensar as nossas escolhas, alterar as nossas decisões... mas essa correcção provoca muitas vezes prejuízos e atrasos importantes.

 

Uma escolha consciente e realista pressupõe a articulação de um conjunto de informações sobre si próprio, sobre as oportunidades escolares e profissionais e o mundo que nos rodeia. Também é importante fazer o balanço do percurso escolar já realizado, analisar os resultados escolares anteriores tentando identificar áreas fortes e áreas fracas, as causas de eventuais insucessos e a possibilidade de ultrapassar dificuldades.

 

Com a finalidade de ajudar os jovens do 9º ano a definirem o seu projecto vocacional a escola disponibiliza actividades de orientação vocacional, em regime facultativo, que incluem a realização de provas psicológicas para definição do perfil vocacional, o acesso a fontes de informação sobre as alternativas escolares e profissionais e o aconselhamento vocacional. 

 

Ao longo do ensino secundário os alunos deverão continuar a actualizar e aprofundar o conhecimento sobre as alternativas escolares e profissionais, preferencialmente de uma forma mais autónoma, podendo recorrer ao SPO para esclarecimento de dúvidas. Poderão ser realizados Exames de Orientação, de acordo com a disponibilidade do serviço.

 

ver publicação do GEPE sobre Orientação Vocacional no Ensino Básico

ver estudo sobre a Orientação da Carreira no Ensino Superior

 

Exploração Vocacional

  

O futuro profissional não se define no 9º ano. Este é o primeiro grande ponto de decisão, mas ao longo da vida escolar e profissional é-se confrontado com outras decisões.

 

As profissões e as alternativas escolares estão sujeitas a modificações. Os interesses e os objectivos de vida também se podem modificar na sequência do contacto com a realidade que nos rodeia. Por estes motivos, o projecto profissional está em constante actualização.

 

Durante o ensino secundário deve-se continuar a proceder a uma exploração planeada, tendo em vista a opção de um curso superior e uma profissão. As pessoas que fazem uma exploração planeada ...

 

- tentam conhecer-se a si próprias ( interesses, aptidões, valores, objectivos,... )

 

- experimentam várias actividades para pôr à prova os seus interesses e aptidões

 

- tentam conhecer mais sobre as profissões

 

- tentam obter mais informações sobre os estudos e a formação necessários para realizar os seus planos profissionais

 

- tentam obter informações lendo, falando com os pais, os professores, os psicólogos /

conselheiros de orientação, os profissionais

 

- fazem as suas escolhas tendo em vista os seus planos para o futuro

 

COMO OBTER INFORMAÇÃO?

 

FALANDO COM PESSOAS:

 

- Pais e outros familiares

- Professores – sobre os cursos e as profissões mais relacionados com a sua área de formação, sobre a relação das disciplinas frequentadas actualmente com os cursos superiores e as profissões

- Amigos que frequentam anos curriculares mais avançados

- Psicólogos/ Conselheiros de orientação

- Pessoas que exercem as profissões

 

CONTACTANDO INSTITUIÇÕES:

 

(consultando materiais informativos/ endereços de internet por elas disponibilizados)

 

- Ministério da Educação – Serviços Centrais/ Regionais

- Ministério do Emprego e Segurança Social – Centros de Emprego/ Centros de Formação Profissional

- Instituto Português da Juventude

- Forum Estudante

- Estabelecimentos de Ensino – Secundário / Superior

- Locais de trabalho – observar o ambiente de trabalho e as tarefas executadas pelos trabalhadores, experimentar algumas actividades se for possível

 

MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL:

 

- Televisão – noticiários, documentários, debates sobre a situação económica e o mundo do trabalho

- Jornais e revistas – artigos sobre a situação económica / mundo do trabalho / características de certas profissões

- Jornais – profissões mais procuradas, requisitos solicitados pelos empregadores, ...

 

 

Decisão Planeada

 

Decidir implica que, entre diversas alternativas, se opte por uma e renuncie às outras. Frequentemente tomamos inúmeras decisões sem que disso tomemos consciência. Em assuntos mais importantes ou que envolvem uma grande diversidade de alternativas não é adequado tomarmos decisões impulsivas. Quase sempre podemos repensar as nossas escolhas, alterar as nossas decisões... mas essa correcção provoca muitas vezes prejuízos e atrasos importantes.

 

Uma escolha consciente e realista pressupõe a articulação de um conjunto de informações sobre si próprio, sobre as oportunidades escolares e profissionais e o mundo que nos rodeia. Também é importante fazer o balanço do percurso escolar já realizado (analisar os resultados escolares anteriores tentando identificar áreas fortes e áreas fracas / as causas de eventuais insucessos e a possibilidade de ultrapassar dificuldades) .

 

Para decidir adequadamente é preciso planear. O processo de uma decisão planeada deve passar pelas seguintes fases:

FASE 1 – Identificar a decisão

De várias maneiras, toma-se consciência da necessidade de tomar uma decisão. É muito importante determinar qual é essa decisão (por exemplo, estudos a fazer a partir do próximo ano, profissão pretendida, actividades a realizar no fim de semana ou nas férias, ...). Passa-se por um processo em que se tenta definir claramente a natureza da decisão a tomar.

 

FASE 2 – Reunir informação importante

A maioria das decisões exige que se recolha informação pertinente. O mais importante é saber qual a informação necessária, quais as melhores fontes para a obter e como fazer essa recolha. Alguma informação é obtida através de um processo de conhecimento de si próprio. Outras informações terão de ser procuradas em diversas fontes relacionadas com a natureza da decisão a tomar. Nas decisões sobre profissões, opções escolares ou de formação profissional há uma grande variedade de fontes externas e de aspectos a considerar.

 

FASE 3 - Identificar alternativas

Durante a recolha de informação, foram provavelmente identificados dois ou mais caminhos possíveis, ou alternativas. Nesta fase é importante fazer uma lista de todas as alternativas, possíveis e desejáveis.

 

FASE 4 – Avaliar cada alternativa

Imaginar o que aconteceria se cada alternativa fosse seguida até ao fim. Trata-se de avaliar se a decisão identificada na fase 1 tem uma solução satisfatória através de cada uma das alternativas. Neste difícil processo pessoal, algumas alternativas podem revelar-se mais adequadas para alcançar os objectivos. Será possível, por vezes, colocar as diferentes alternativas por ordem de prioridade, tendo em atenção os aspectos positivos e negativos de cada alternativa.

 

FASE 5 – Escolher a melhor alternativa

Depois de avaliar cada alternativa está-se em condições de escolher a alternativa que parece mais adequada.

 

FASE 6 – Repensar a escolha

Pensar um pouco mais na alternativa seleccionada, nos seus aspectos positivos e negativos.

 

FASE 7 – Concretizar a escolha

 

FASE 8 – Rever a decisão e as consequências

Na última fase experimentam-se os resultados da decisão e avalia-se em que medida esta ajudou a resolver o problema identificado na fase 1. Se não resolveu, algumas fases do processo terão de ser repetidas, por exemplo, recolhendo informação mais pormenorizada ou diferente, ou identificando novas alternativas.